Mas esta é bem próxima, não é lá fora, é vivida cá dentro, é a nossa! Está-se já a tocar na liberdade é o título de um artigo de opinião de José Pacheco Pereira, publicado na edição do último sábado, 27 de Outubro, no jornal Público. Uma visão crítica e muito lúcida sobre as actuais políticas do governo e o abuso do poder que está a conduzir ao mais perigoso assalto actual à liberdade, o confisco colectivo que está a ser feito aos pobres e à classe média, com argumentos económico-morais, que nem são nem boa economia, nem moralidade nenhuma.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
criar raízes
Um casal viaja pela América à procura de um lugar melhor para começar uma família e criar o filho que está para nascer..
sábado, 27 de outubro de 2012
pela liberdade de pensamento
O prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento distinguiu dois activistas iranianos, a advogada Nasrin Sotoudeh e o cineasta Jafar Panahi "uma mulher e um homem que não se renderam ao medo e à intimidação e que decidiram colocar o destino do seu país acima do seu próprio destino", segundo o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. Nasrin Sotoudeh é advogada e defensora dos direitos humanos e representou ativistas da oposição presos e delinquentes juvenis condenados à pena de morte. Jafar Panahi é realizador, argumentista e editor e o primeiro iraniano a receber um prémio no Festival de Cinema de Cannes. Os seus filmes abordam recorrentemente as dificuldades das crianças, dos pobres e das mulheres no Irão (Agência Lusa). Foram ambos condenados pelo governo iraniano por ousarem lutar pela liberdade de expressão e pelos direitos civis no Irão, ambos impedidos de exercerem as suas profissões, de contactarem com o exterior, e no caso de Nasrin Sotoudeh, de ver os seus próprios filhos.
Por denunciar a repressão vivida no seu país, Nasrin Sotoudeh foi condenada a 11 anos de prisão e a 20 de proibição de exercer advocacia.
Jafar Panahi foi condenado pelo governo iraniano a seis anos de prisão e proibido de dar entrevistas e de filmar no país durante 20 anos. Em prisão domiciliária e impossibilitado de filmar, o cineasta iraniano Jafar Panahi decide "contar" um filme em vez de o "fazer", no documentário Isto não é um filme (2011).
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
viagem a portugal
Para quem está por Coimbra e não teve oportunidade de ver, passa na 2ª feira, dia 29 de Outubro, no Teatro Académico de Gil Vicente, integrado na programação da 13ª festa do cinema francês. Com Maria de Medeiros, Isabel Ruth e Makena Diop nos principais papeis, conta ainda com Miguel Figueira em estreia cinematográfica.
Um filme político sobre os procedimentos de controlo de estrangeiros nos aeroportos europeus e sobre o tratamento desumano, que é aceite como prática comum nos dias de hoje. Maria, uma médica ucraniana, aterra no aeroporto de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os passageiros do seu avião, Maria é a única a ser detida e interrogada pela polícia de estrangeiros e fronteiras. A situação transforma-se num pesadelo quando a polícia percebe que o homem que espera Maria no aeroporto é senegalês. Imigração ilegal? Tráfico humano? Tudo é possível. Viagem a Portugal é um filme inspirado numa história real.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
não brinquem connosco
Exmo Sr Dr Jardim Gonçalves
Era preferível que, nos próximos tempos, tentasse limitar a sua exposição pública e se abstivesse do debate de ideias. Sabe, é que o aproveitamento jornalístico que foi feito na sequência desta entrevista, devido aos supostos 175 mil euros mensais da sua reforma, deixou um certo desconforto. Ouça, não duvidamos que trabalhou o suficiente, e que amealhou e contribuiu com o que devia para merecer a pensão que agora tem. E realmente não é nada justo que ninguém se revolte contra aqueles que nada fazem e ganham heranças descomunais, ou com os que acertam o euromilhões e só têm de marcar umas cruzes nos quadrados certos ou nem isso, e de repente, sem qualquer mérito, ganham fortunas. Pois é, este não é um mundo justo, mas convenhamos, 175 mil euros não rima com sacrifícios e austeridade. Por isso era melhor pôr-se agora de lado um bocadito, não aparecer nos jornais, na rádio ou na televisão. Tenha lá paciência, fique em casa, jogue às cartas, faça puzzles, leia umas revistitas cor-de-rosa e deixe-se estar. Não venha inquietar a nossa crise!
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
uma família em transição
Brooklyn, 1986. Bernard Berkman, académico e escritor, e a sua insatisfeita mulher Joan, aspirante a escritora, desistiram do seu casamento. Os seus dois filhos, Walt de 16 anos e Frank de 12, lutam com os seus sentimentos confusos e conflituosos. A experiência é uma terna, divertida e, em última análise, comovente passagem à idade adulta para Walt mas tortuosamente prematura para Frank. As tensões emocionais e choques que surgem durante este período tão penoso para os Berkman, são retratadas com notável subtileza, descrevendo uma família em transição, que aprende a redefinir-se.
domingo, 21 de outubro de 2012
aquelas socas amarelas
Coimbra, 21-10-1973
Querida Tila
Sinceramente, foi uma pena teres deitado fora as socas amarelas! Sabes, é que existe agora uma tendência no pronto-a-vestir chamada revivalismo, e em que tudo o que está fora de moda é moda. Se bem que isso a mim não me interesse muito porque, como sabes, nunca fui muito de modas, mas aprecio imenso estas coisas vintage. Hoje, por exemplo, até admitia colocar aquele sofá de flores na minha sala, ainda o terás por aí? Percebo que haja objectos que não possam ser guardados eternamente, ainda por cima se forem volumosos como sofás ou estantes, mas as socas, essas estão-me atravessadas... É que nem ocupavam quase espaço nenhum. Seria assim tão difícil guardá-las durante 40 anos?? Bom, mas hoje é dia de festa, estamos a preparar-nos para dar aí um salto. A pequena já não chucha no dedo e a mais crescida lá aceitou deixar o boneco em casa, mas insiste que tem de levar calçados os sapatos vermelhos...Olha lá, e as calças de xadrez??
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
the old way
Suspeito que não vou sentir a falta do i-pad!
La dactylo du Vert Galant, Paris, 1947, Robert Doisneau
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
outra vez François Hollande
Porquê? Porque no meio de notícias que só falam de crise, austeridade, sacrifícios, desemprego e outras tantas coisas pesadas e tristes, esta é uma lufada de ar fresco. Em entrevista dada a seis jornais diários europeus, o presidente francês advertiu que “não é possível, para o bem comum, impor uma prisão perpétua a algumas nações que já fizeram sacrifícios consideráveis, se os seus povos não vêem, em momento algum, os resultados desses esforços. (...) Chegou a hora de oferecer uma perspectiva que não seja apenas a da austeridade". Hollande acredita que o pior da crise da zona euro já passou, mas que o melhor ainda não chegou. "Temos nós de construí-lo." Finalmente alguém com um discurso construtivo! Nós sabemos que está tudo mau, está tudo péssimo, terrível. Mas somos virtuosos, habilidosos e criativos, como já alguém disse. Vamos lá então, Senhor Presidente, entrar nesta saga da (re)construção do país e da Europa!
Valerie Trierweiler e François Hollande
Talvez o presidente francês seja um político astuto e um exímio conhecedor da psicologia humana, daqueles que sabem o que as pessoas querem ouvir, e empregam as palavras certas na hora exacta. Prefiro acreditar que não, e que os seus gestos são consequentes com o que diz.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
elas querem os TPC...
A notícia do Público de ontem dá conta da intenção do Presidente francês, François Hollande, em acabar com os TPC (trabalhos para casa) - em nome da equidade, porque nem todas as crianças têm o apoio dos pais nas tarefas da escola. A propósito disto, e da inflamada discussão gerada sempre à volta deste assunto, com pais, mães, professores e educadores, psicólogos e até os nossos governantes a questionar a obrigatoriedade dos TPC, se são ou não em excesso, se roubam às crianças o tempo que devia ser de brincar ou de não fazer nada, perguntei às miúdas se achavam bem que se acabasse com os TPC. E o que me responderam, numa das poucas vezes em que as vi de acordo, foi que não concordavam nada que os professores deixassem de pedir trabalhos de casa. Porque as obrigava a criar uma rotina de estudo que seria mais difícil de estabelecer se fosse imposta por elas, com a tentação da internet, e os filmes e as séries, e tudo, e tudo. Pelos vistos quem detesta os TPC sou eu, porque me obrigam, a mim, a quebrar a minha rotina - agora não, que tenho os tachos ao lume e esturrico o jantar; só um bocadito para eu acabar de escrever este e-mail; estamos à mesa venham jantar, está tudo à espera, fazem isso depois; o quê? não podemos ir a casa da avó por causa dos TPCs? Vá, deixemos lá a crianças com os seus TPCzitos, que elas até nem se importam. Desde que não sejam em exagero, claro está, porque ainda há que socializar no facebook, publicar no tumblr, não fazer nenhum...
foto de Robert Doisneau
sábado, 13 de outubro de 2012
um mundo todo ele ao meu tamanho
Vivo entre as memórias e o sonho
Num mundo paralelo à realidade
Onde tudo é tão fantástico e medonho
Bom demais até p'ra ser verdade
Um mundo onde o tempo é tão veloz
Que me leva numa dança sem sentido
Num rodopio de cores extraordinárias
Um mundo todo ele ao meu tamanho
Onde tudo se transforma, o que nomeio
E o medo que não digo mas que tenho
Com o medo se desfaz e parte ao meio
Um mundo onde o tempo é tão veloz
Que me leva numa dança sem sentido
Num rodopio de cores extraordinárias
Um mundo onde o tempo é tão veloz
Que me leva numa dança sem sentido
Num rodopio de cores extraordinárias
Extraordinárias.. extraordinárias..
extraordinárias
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
como é que as nossas mães sobreviveram?
A mais nova acabou de chegar da escola, disse-me que ia ter com os amigos e que levava a cadela a passear, e eu perguntei instintivamente: levas o telemóvel? É que nem era preciso perguntar nada, porque os miúdos andam sempre com os gadgets atrás, telemóvel, i-pod..., mas aquilo que me importava era mesmo o telemóvel. E dei-me conta de que sou uma filho-telemóvel-addicted, dependência que deve afectar muitas mães e pais por aí. Ter os filhos contactáveis a qualquer hora, em qualquer instante, estando longe ou perto, parece que nos sossega. Ora, aquilo que me impressiona é como é que, há 25 anos, as nossas mães sobreviveram às nossas saídas e ausências sem este tranquilizante. E quando viajávamos para outros países, longe, muito longe, ficávamos fora semanas a fio, meses, e não havia telemóveis, nem internets, skypes ou facebook. Imagino a satisfação ao receber uma carta com notícias nossas a dizer que estávamos bem instalados e que nos andávamos a alimentar bem. E o conforto de ouvir a nossa voz, quando ocasionalmente ligávamos a pagar no destinatário. E fotos, só quando chegávamos e as revelávamos... Grandes, as mães que sobreviveram à década de 80!
Piccaddily Circus, Londres, Verão de 1988. Nós estamos algures por ali.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
os tempos que mudam
A história de Antoine (Gérard Depardieu), que chega a Tânger para supervisionar a construção de um centro audiovisual, cujos prazos de execução não estão a ser cumpridos. Em Tânger volta a encontrar Cécile (Catherine Deneuve), com quem teve um relacionamento há trinta anos. Cécile esqueceu Antoine, casou em Marrocos e reconstruiu a sua vida. Partiu para a África do Norte e atravessou todas as provas de uma rotina conjugal com Nathan, um médico judeu marroquino, mais novo que ela. Os dois têm um filho, Samy, que vive em Paris e que chega também na mesma altura para visitar os pais. Já Antoine nunca conseguiu esquecer, nem curar as feridas. E agora tem apenas uma única ideia em mente: reconquistar Cécile.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
bolo de noz
E pronto, a apanha deste ano já está! A nogueira foi varejada, as nozes apanhadas praticamente todas já sem casca, o que nos poupou aquele trabalho horrível de as descascar. Agora, depois de lavadas, vão ficar a secar ao sol durante algumas semanas, para que fiquem comestíveis. Há quem as tenha provado e diga que já estão boas. Algumas talvez, mas vamos esperar e deixar que o tempo trate delas.
Para o bolo usámos as nozes que ainda havia do ano passado, 200 gr trituradas. E ainda 7 ovos pequenos (podem ser 6 se forem grandes), 125 gr de açúcar amarelo, 1 colher de chá de fermento em pó, 150 ml de leite e 200 gr de farinha. Primeiro batemos as claras em castelo e reservámos. Depois as gemas foram misturadas com o açúcar até obter um creme, ao qual juntámos as nozes trituradas, a farinha, o fermento e o leite, misturando bem. No fim juntámos as claras em castelo e colocámos o preparado numa forma untada e polvilhada. Foi ao forno a 180ºC até cozer (não controlámos o tempo, foi até o palito vir seco quando espetado no meio do bolo). Depois de arrefecer cobrimos com natas batidas com açúcar, e decorámos com metades de nozes e chocolate derretido.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
yes!
Foi o que ela gritou quando ainda há pouco ouviu a notícia na rádio. Afinal ainda não é este ano que os alunos do 12º ano vão ter de estudar a matéria de três anos lectivos nos exames nacionais. Avanços e recuos de um ministério que parece andar à deriva. Foto original da Daniela
domingo, 7 de outubro de 2012
histórias da vida privada
Numa manhã de Outono, mulheres e crianças aguardam o barco no cais. As crianças brincam e riem, olham o rio e o movimento das águas. As mulheres conversam. A mãe amamenta o filho, descontraída. É a naturalidade deste gesto íntimo, numa imagem do início do século passado, que é ao mesmo tempo desconcertante e bela.
Um cais no rio Hudson, NY, USA. 1901. Da colecção do Museum of the City of New York.
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