sexta-feira, 30 de novembro de 2012

o substituto

Houve uma altura em que as regras eram outras. Nós, os pais, escolhíamos os filmes que elas viam. Mas os tempos mudaram e agora a ordem inverteu-se. Este é um dos últimos filmes que a Maria viu e recomendou. Não fosse ela uma viciada da sétima arte, ao ponto de andar indecisa se irá para Biologia Marinha ou Cinema...E eu, sinceramente, acho que ela se iria sair bem tanto num lado como noutro.


O substituto, Tony Kaye, 2012

Henry Barthes é um educador com grande talento para estabelecer ligação com os seus alunos. No entanto, Henry optou por enterrar o seu dom. Passando os dias como professor substituto, evita convenientemente quaisquer ligações emocionais ao não ficar tempo suficiente em lado nenhum para se apegar quer a alunos, quer a colegas. Quando é colocado numa escola pública, onde uma direcção frustrada e esgotada criou um corpo estudantil apático, Henry torna-se rapidamente num exemplo para os jovens desafeiçoados. Ao descobrir uma ligação emocional improvável com os alunos, os professores e uma adolescente foragida que recolhe das ruas, Henry apercebe-se de que não está sozinho na sua luta de vida e de morte para encontrar beleza num mundo aparentemente cruel e sem amor.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

as linhas com que me coso

Quando hoje acordei ainda era de noite. Já fui à escola duas vezes, primeiro às 7h15 e depois às 8h30. Estavam três graus quando saí de casa! A gata hoje saltou para cima da mesa e entornou uma chávena de chá, que foi parar ao chão e se desfez em bocados. Ainda não eram 8h00! Tenho uma nódoa negra enorme na perna esquerda, porque não sei onde ponho os pés e fui contra um pesado cadeirão de madeira. As bolachas que faço de tomate seco e alecrim são maravilhosas! Hoje reparei que estão a crescer cogumelos cor-de-laranja no meu quintal. Decidi que, para o Natal, irei oferecer livros ou presentes feitos por mim. Está um sol lindo, agora! Hoje há aula de hidroginástica e eu ainda não sei o que hei-de fazer para o jantar. Fiquei contente com o prémio do valter hugo mãe. Gosto do que escreve! Um dia vou oferecer, pelo Natal, a toda a gente  A máquina de fazer espanhóis.




Andrew Herman, 1937. Da colecção do MCNY

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

a meia-idade

Depois de vários anos de ausência, voltámos a ter televisão em casa o que, naturalmente, veio alterar algumas rotinas, sobretudo ao serão. As miúdas começaram a gravar filmes, séries e programas de culinária, informando-me, que tinham gravado a última temporada das Donas de Casa Desesperadas, propositadamente para mim. Apropriado, não? Eu, que não conhecia o humor sarcástico das donas de casa de Wisteria Lane, rendi-me e vi todos os episódios da 8ª e, pelos vistos última, temporada da série.
Num dos episódios, a propósito de memórias e coisas já vividas, uma das donas-de-casa fala da meia-idade: sabemos que chegámos à meia-idade quando as nossas recordações se tornam mais importantes do que os nossos sonhos. Ditado sábio, não?  Mas será assim? Será que esta simples matemática nos permite saber quando é que atingimos a meia-idade? E se acontecer que a memória nos falhe, de tal forma que, do passado, apenas consigamos identificar pequenos apontamentos, que não chegam a verdadeiras histórias? E se todas as manhãs acordamos com a cabeça cheia de novas ideias, que vão mudando ao longo do dia, e que à noite se transformam numa mão cheia de planos para a vida? E se tivermos herdado os genes da longevidade dos nossos avós e, feitas as contas, ainda não chegámos à metade? E se, apesar de tudo isto, ao olhar para os nossos filhos temos aquela sensação de que nos estamos a ver a nós há alguns anos atrás? E nos damos conta de que em menos de nada irão sair de casa com um monte de sonhos tão grandes, que tornam minúsculos os nossos? Pois é, a meia-idade é tramada, põe as coisas em perspectiva, ainda que com tudo desfocado...



Mãe e filha, templo de Tanah Lot, Bali, 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

a literatura salva-nos do pessimismo do quotidiano

Sofiane Hadjadj, editor e escritor argelino, veio a Lisboa à Fundação Calouste Gulbenkian para falar de livros e não só. Em entrevista ao Público e a propósito do "ofício de viver "na Argélia, afirmou que a literatura pode salvar-nos de tudo, do pessimismo do quotidiano, dessa tentação da derrota e de nos dizermos todos os dias que tudo acabou. Eu acrescentaria que a literatura e todas as outras formas de arte e de expressão criativa nos salvam do pessimismo quotidiano.


Hotel by a railroad, Edward Hopper,1952

sábado, 24 de novembro de 2012

as ruas

As ruas desta vila têm chãos e muros de pedra. Algumas casas também. E estão quase sempre vazias, umas e outras.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

o melhor tiramisù do mundo


Tiramisù. Bater 4 gemas de ovo com 3 a 4 colheres de açúcar e juntar 200 g de queijo mascarpone. Misturar bem. Adicionar ao creme obtido 4 claras batidas em castelo. Numa travessa, alternar palitos la reine (ou palitos champanhe) molhados em café com o preparado anterior. Antes de servir polvilhar com chocolate ralado ou cacau em pó.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

lar doce lar

Na China, um casal de idosos recusou assinar um acordo de demolição da sua casa para construção de uma nova estrada. A compensação oferecida era insuficiente para cobrir os custos de uma nova casa.



Faz lembrar este filme:

Home, Ursula Meier, 2008

Uma auto-estrada há muito abandonada, estende-se por quilómetros de degradação e deserto. Bem perto dos rails de protecção apenas uma família vive a sua vida tranquila naquele lugar. Com a chegada do Verão, a construção da auto-estrada é retomada e anuncia-se a sua abertura à circulação de viaturas.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

um chá para Alice

Vladimir Cavijo, Rússia, 2010 

Iban Barrenetxea, Espanha, 2011

Havia uma mesa posta debaixo de uma árvore em frente da casa, onde estavam sentados a Lebre de Março e o Chapeleiro a tomar chá; um Arganaz dormia profundamente entre eles, servindo-lhes de almofada onde pousavam os cotovelos, ao mesmo tempo que falavam por cima da cabeça do bicho. "Não me parece nada confortável para o Arganaz", pensou Alice. "Mas como está a dormir, acho que não lhe faz grande diferença." A mesa era muito grande, mas os três estavam bem juntinhos a um canto. 
- Já não há lugar! Não há lugar! - gritaram eles quando viram Alice aproximando-se. 
- Há muitos lugares! - protestou Alice, indignada, e sentou-se num grande cadeirão a uma das cabeceiras da mesa.
-Toma um pouco de vinho - disse a Lebre de Março amavelmente. 
Alice olhou por cima da mesa de cima a baixo, mas só havia chá.
- Não há vinho - notou.
- Pois não há - confirmou a Lebre de Março.
- Então não foi lá muito delicado da tua parte oferecê-lo - disse Alice, zangada.
- Também não foi lá muito delicado da tua parte sentares-te sem teres sido convidada - ripostou a Lebre de Março.

Lewis Carrol, As aventuras de Alice no país das maravilhas, 1864

MF, 2012

A exposição Um chá para Alice estará até 10 de Fevereiro de 2013 no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Nós fomos :)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

massa fresca - parte 2

Tagliatelle com beringelas e atum. Cozer a massa fresca 2-3 minutos, escorrer e reservar. Cortam-se as beringelas aos cubos e aloiram-se num fio de azeite no wook. Temperar com sal e pimenta. Junta-se cebola picada, pimento vermelho cortado e deixa-se apurar. Acrescenta-se o atum e mistura-se no preparado anterior. Finalmente junta-se a massa já cozida e polvilha-se com cebolinho picado. Servir com queijo da Ilha ralado. Bom apetite!

Os créditos das fotos, da massa fresca e da preparação da iguaria são da cozinheira cá de casa com a ajuda dos primos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

93


19.11.73 - Para a avó L. Desejamos à nossa avó um dia feliz e que este se repita por muitos anos bons, cheios de saúde e junto de todos nós. Das netas amigas A e T.

domingo, 18 de novembro de 2012

massa fresca

1 ovo por cada 100 gr de farinha

Misturar ovos e farinha, colocar água se necessário. Formar uma bola e deixar repousar 30 minutos no frigorífico. Cortar.

Estender a massa

E tagliatelle!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

os SOJA

Afinal, parece que perdi mesmo um grande concerto! Pois é, enquanto eu enfardava hidratos de carbono ao som do Enola Gay, pai e filha divertiram-se à brava, com direito a kebab no final do espectáculo. Fiquei mesmo cheia de inveja. Não fosse a ida a Lisboa (ainda que por pouco tempo), ter estado com amigos, almoçado na Gulbenkian..., e eu afundava-me num lago de baba e ranho. Ai, como é bom às vezes sair do campo!  Obrigada Marta, por nos obrigares a estes programas (e pela foto).

Rest of my life, SOJA, 2009

domingo, 11 de novembro de 2012

Seja bem-vinda Sra Merkel

Amanhã, a dar as boas vindas à Sra Merkel, um vídeo que será exibido nos painéis do Turismo de Lisboa, a acompanhar a visita da chanceler alemã à cidade.



Eu sou um berlinense, Rodrigo Moita de Deus, 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

os OMD


Enola Gay, Orchestral Manoeuvres in the Dark (OMD), 1980

Viemos a Lisboa ver os Soldiers of Jah Army, mais conhecidos por SOJA. Ou melhor eles, o pai e a filha (a mais nova), foram ver o concerto ao coliseu e eu fiquei em casa do cunhado porque só tínhamos dois bilhetes, um para a miúda e outro para quem a conseguisse encavalitar ao pescoço para tirar fotos à banda o que, obviamente e por razões médicas, foi decidido que seria um trabalho de pai. E então praqui fiquei eu, a comer frutos secos e bolachas Maria, enquanto folheava o jornal. Depois de ler as gordas e farta do endividamento externo, liguei o computador. Nos jornais on-line destaque à demissão do director da CIA por causa de um caso extra-conjugal, outra vez a dívida externa e, já sem paciência para a novela Isabel Jonet, pus-me a pesquisar SOJA no google. Afinal esta banda reggae já é antiga, o 1º álbum foi editado em 2000 e uma das músicas chama-se Nuclear Bomb, uma música anti-guerra sobre as consequências da bomba atómica usada no final da 2ª guerra mundial. Lembrei-me logo da canção dos OMD, Enola Gay, um dos maiores sucessos da música pop nos anos 80, que chegou ao 1º lugar do top em Portugal e noutros países da Europa. E aqui estou eu a ouvir repetidamente o Enola Gay dos OMD, já ouvi mais de 10 vezes e não me cansei. Que sonoridade, que ritmo, que acústica! E o clip? Desculpa lá filha, não me leves a mal, mas SOJA, não obrigada. Quando vierem cá os OMD conversamos!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

mudam-se os tempos... a parvoíce é a mesma

Vistas bem as coisas, ser uma rapariga de 12 anos hoje é mais ou menos o mesmo que há 30 anos! É idolatrar uma banda pop (normalmente de rapazes giros), forrar os dossiers da escola e as paredes dos quartos com as fotos dos nossos ídolos, saber de cor as letras das músicas e seguir religiosamente a sua vida e todos os seus passos. Um destes dias andei a trocar cromos com a minha sobrinha que completa hoje essa belíssima idade e descobrimos que a grande diferença entre ser uma rapariga de 12 anos em 2012 e em 1982 é o acesso às novas tecnologias de informação e comunicação.  Ela é uma grande fan duma boys band londrina chamada One Direction, composta por 5 rapazes (Harry Styles, Liam Payne, Louis Tomlinson, Niall Horan e Zayn Malik) cheios de estilo. Eu adorava os também britânicos Duran Duran (Simon Le Bon, Roger Taylor, John Taylor, Nick Rhodes e Andy Taylor), grandes ícones da moda na altura.

One Direction, 2012

Duran Duran, 1982

Não há grandes diferenças, pois não?! Vejamos: em 1982 comprávamos a Bravo e a Coquete para coleccionar os posters e saber o que os nossos adorados andavam a fazer (ainda que com meses ou anos de atraso, mas isso o que importava?). Em 2012 compramos a Bravo e outras revistas para teenagers para coleccionar os posters e saber o que os nossos adorados andam a fazer. Ah, mas hoje temos a internet, há o youtube, existem milhares de páginas no facebook sobre os One Direction, onde se publica, ao minuto, o dia-a-dia dos rapazes. Se o Harry fizer uma tatuagem HOJE, eu sei que ele fez uma tatuagem HOJE. Em 1982 as músicas dos Duran Duran passavam na rádio e gravávamos cassetes, que ouvíamos até à exaustão. E com sorte, recebíamos pelo Natal ou no nosso aniversário o último LP. Socorro, ela acabou de perguntar o que é um LP!!!! Miúda, aquilo que colocamos no gira-discos e dá música!! Gira quê? Aquele coisa bué de velha que gira assim? E com o dedo faz o movimento circular repetidamente... Em 2012 não precisamos da rádio, temos a MTV e tiramos as músicas da net, que ouvimos nos nossos i-pods. Em 1982 as histórias dos rapazes da banda eram re-inventadas em cartas que enviávamos as nossas amigas. Tudo escrito em inglês! Em 2012 as fãs criam páginas do facebook (as fics) onde escrevem histórias k elas keriam k acontecessem com eles.

E é isto a essência de uma rapariga de 12 anos, hoje ou em 1982. Ser-se parva! Mas não há que ter preocupações, com o tempo passa. E vêm outras parvoíces....

she's sugar & spice

No início do Verão de 2000 estava eu nos EUA quando soube que a minha irmã, de novo grávida, ia ter uma menina lá para Novembro. Era a minha segunda visita esse ano ao National Cancer Institute com o objectivo de trabalhar, trabalhar, trabalhar, para despachar resultados e vir para casa depressa. O pouco tempo livre que tinha era gasto em curtas visitas ao mall, onde comprava comida e descobria pequenas utilidades que ali, no país das oportunidades, me eram dadas a conhecer em primeira mão. O presente que trouxe para a minha futura nova sobrinha foi um desses objectos nunca vistos. Uma máquina fotográfica descartável, cujo rolo tinha pré-impressas frases dedicadas aos futuros rebentos. Lindo!! (A minha irmã nunca me disse, mas suspeito que tenha achado tremendamente foleiro). E  a 7 de Novembro, há precisamente 12 anos, depois de desperdiçar mais de metade do rolo com fotos desenquadradas e tiradas ao engano (como a do candeeiro do quarto da maternidade com a legenda She's so cute...), conseguimos aproveitar uma ou outra com a menina.



She's sugar and spice! A minha querida sobrinha mais velha favorita... que um destes dias me andou a mostrar o que é que em 1982 as miúdas de 12 anos, como eu, andavam a perder. Num post escrito a duas mãos, já a seguir.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

para os da cidade se roerem de inveja...


No domingo de manhã, da janela do quarto. E agora com mais zoom para se ver melhor o rio...
As fotos são da Marta
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