quarta-feira, 28 de novembro de 2012

a meia-idade

Depois de vários anos de ausência, voltámos a ter televisão em casa o que, naturalmente, veio alterar algumas rotinas, sobretudo ao serão. As miúdas começaram a gravar filmes, séries e programas de culinária, informando-me, que tinham gravado a última temporada das Donas de Casa Desesperadas, propositadamente para mim. Apropriado, não? Eu, que não conhecia o humor sarcástico das donas de casa de Wisteria Lane, rendi-me e vi todos os episódios da 8ª e, pelos vistos última, temporada da série.
Num dos episódios, a propósito de memórias e coisas já vividas, uma das donas-de-casa fala da meia-idade: sabemos que chegámos à meia-idade quando as nossas recordações se tornam mais importantes do que os nossos sonhos. Ditado sábio, não?  Mas será assim? Será que esta simples matemática nos permite saber quando é que atingimos a meia-idade? E se acontecer que a memória nos falhe, de tal forma que, do passado, apenas consigamos identificar pequenos apontamentos, que não chegam a verdadeiras histórias? E se todas as manhãs acordamos com a cabeça cheia de novas ideias, que vão mudando ao longo do dia, e que à noite se transformam numa mão cheia de planos para a vida? E se tivermos herdado os genes da longevidade dos nossos avós e, feitas as contas, ainda não chegámos à metade? E se, apesar de tudo isto, ao olhar para os nossos filhos temos aquela sensação de que nos estamos a ver a nós há alguns anos atrás? E nos damos conta de que em menos de nada irão sair de casa com um monte de sonhos tão grandes, que tornam minúsculos os nossos? Pois é, a meia-idade é tramada, põe as coisas em perspectiva, ainda que com tudo desfocado...



Mãe e filha, templo de Tanah Lot, Bali, 2012

2 comentários:

  1. Que bonito. Vocês as duas também estão lindas.
    Sabes tenho tido vezes sem conta essa noção de que os meus filhos, especialmente a Carlota, são muito parecidos comigo, tem comportamentos semelhantes aos meus. É giro ver isso.
    Não acho que esteja na meia idade. Continuo a conetar mais com os de baixo do que com os de cima.
    Estou sempre a fazer planos. E mais, ainda não cheguei à menopausa. Para mim o hoje e o ontem têm as mesmas potencialidades. Mas vejo o amanhã mais perto do que há uns anos atrás...bem... será a meia idade?

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  2. A menopausa parece-me uma boa métrica!! Não, ainda não chegámos lá, à meia-idade, temos tantos planos....

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